Marianna Lively, transexual de 17 anos, relatou um caso de abuso
após realizar seu alistamento militar na última quarta-feira (23). Como ainda
não obteve a alteração de seus documentos, por lei, ela precisou passar pelo
procedimento obrigatório para jovens do sexo masculino no ano em que completam
18 anos. Em seu Facebook, Marianna disse que realizou o procedimento no 4º
Batalhão de Infantaria Leve, em Osasco, São Paulo. Lá, todos a trataram
“normalmente, sem preconceito e com educação”. Ao retornar a sua
residência, no entanto, começou a receber ligações de estranhos de diferentes
estados do Brasil. “Procuravam por David (meu nome de registro). Esses
desconhecidos que estavam ligando, caçoavam de mim por eu ser trans, já outros
me diziam ter gostado de mim e queriam deixar telefone para eu entrar em
contato”, relatou. Só mais tarde Marianna percebeu o que estava
acontecendo. Através de uma amiga, ela ficou sabendo que fotos suas, além de
sua ficha para o alistamento militar – contendo dados pessoais, como seu
telefone – estavam circulando pela internet. “Quem tirou as fotos foi o próprio
soldado que estava lá a serviço”, disse.
(Band)