A Feira das
Nações de 2015 trouxe à tona uma constatação: os preços das bebidas adquiridas por
ocasião do evento em 2013, pelas entidades sociais de Pederneiras que
administram barracas no recinto foram abusivos. O “distribuidor” exclusivo de
Jaú, imposto às entidades pelo assessor de feiras e eventos da prefeitura Fabiano
Pelli Alexandre praticou valores incompatíveis com o mercado, muito acima dos
constatados este ano. Para os frequentadores da Fenap, o preço da cerveja em
lata em 2013 foi o mesmo de 2015, R$ 4,00. Mas para as entidades a realidade foi
bem outra.
Para se ter ideia
do absurdo sem precedentes na história da Feira das Nações, este ano as entidades adquiriram as bebidas no
comercio local. O Supermercado Confiança foi o fornecedor e entregou às entidades, segundo informações, a cerveja
em lata a R$ 1,75; guaraná a R$ 1,49; e água mineral a R$ 0,87. Já em 2013, o “Nilson”
como ficou conhecido, que não passava de um diminuto bar em Jaú - mas que teve
a seu favor a inarredável decisão do homem forte da prefeitura para os eventos -, vendeu às
entidades sociais de Pederneiras nos seguintes preços: cerveja em lata R$ 2,50;
refrigerante R$ 2,15; água mineral R$ 1,50.
Para um país que vive 2015 de recessão, inflação e todos os demais problemas econômicos que são notórios, Pederneiras andou em direção oposta, ao menos no que diz respeito aos preços de bebidas no atacado praticados pelo comércio local e negociados sem imposição oficial, pelas próprias entidades que administraram barracas da Feira das Nações. A realidade mostrou que os estratosféricos preços do "Nilson", há dois anos atrás, precisam continuar a ser investigados.
Por provocação de vários partidos políticos locais em 2013,
a promotora de justiça Roseny Zanetta Barbosa abriu inquérito e concluiu depois
pelo seu arquivamento, com o que não concordou o Conselho Superior do Ministério
Público do Estado de São Paulo, que pediu à promotora que continuasse
apurando eventual enriquecimento ilícito que envolve, além do assessor Fabiano,
o prefeito Daniel Camargo (PSB).
O que se espera é uma apuração firme, isenta e esclarecedora.
Além da administração municipal e do Ministério Público, é dever de todos contribuir
para que a transparência e a lisura prevaleçam diante do lamentável e ainda
nebuloso episódio que envolve a venda de bebidas às entidades sociais de
Pederneiras, durante a Fenap 2013.