Estratégica e pirotecnicamente fotografado, como é do seu feitio,
o prefeito de Pederneiras desabafou ao jornal “Pedra de Fogo”, edição do último
dia 25, acusando a oposição de fazer “furdúncio” (barulho) em razão do reajuste
salarial que a administração comanda por ele concedeu aos servidores municipais.
Li e reli a matéria para não ter duvida. Ela descreve o índice de 5%. De onde será que se extraiu esse tal 5%?
A lei complementar nº 3.243/2015, de autoria do prefeito
Camargo (PSB), atribui apenas 3% de reajuste aos salários dos servidores, bem inferior
ao falso índice que se tenta fazer parecer verdadeiro. Daí que 5% é
invencionice pura. Nunca existiu. E já que a fonte das informações do jornal foi o próprio
prefeito – que possui diploma em jornalismo -, teria partido dele o disparate?
Necessário esclarecer que o ano de 2014 fechou com 6,41% de
inflação, mais que o dobro do reajuste de 3% concedido aos servidores. E para
este ano, a expectativa de inflação é de 8,23%. Dizer que concedeu “x” em 2013 e “y” em 2014
não conta para a realidade presente. O fato é que sua excelência deveria ser criterioso
nas informações que presta sem
o respaldo da verdade.
Será que a proximidade do limite estabelecido pela Lei de
Responsabilidade Fiscal para gastos com pessoal (de 54%) não estaria por conta do
inchaço da máquina pública, do grande número de secretarias criadas, das
dezenas de nomeações desnecessárias, das tantas funções gratificadas
concedidas à luz de critérios subjetivos?
Anunciar medidas para enfrentar as dificuldades da
prefeitura, que é bom, o prefeito Camargo não faz. Se é necessário garantir
o equilíbrio financeiro do município, que tal uma
reforma administrativa com a fusão de secretarias e extinção de outras? Que tal
a diminuição do número de cargos de confiança, de funções gratificadas e de atividades festivas? Que tal
a redução no consumo de energia elétrica e no uso de telefone?
O que não pode, nem deve, é inventar-se que houve um “aumento” de 5%,
quando na verdade se concedeu ao salário dos servidores municipais, com forte
perda, apenas 3%.
Reginaldo Monteiro