Há problemas que, não sendo contornados
com o passar dos anos, vão se agravando em Pederneiras. Nos últimos tempos, as
chuvas têm sido “culpadas” por estragos e prejuízos que tem causado, como é o caso da região da estação rodoviária, da passagem sob a
linha férrea no sentido Vila Paulista e na entrada principal do Bairro Cidade
Nova, dentre outros. A dor de cabeça maior está situada no Córrego Monjolo que
nesta sexta-feira (26) transbordou novamente, deixando exposto um problema
recorrente.
No mês de janeiro deste ano, uma
tempestade atingiu a cidade. Um veículo foi arrastado para o Córrego Monjolo e
outros foram danificados em função de transbordamento; casas foram invadidas
pelas águas e bairros como a Cidade Nova, foram afetados. No mês de março, uma
comissão formada por advogados, professores, políticos e moradores tiveram
audiência com o prefeito Camargo para levar a ele a sua contribuição para
equacionar os problemas decorrentes da falta de cuidados com o Córrego Monjolo
e discutir medidas a serem adotadas por conta das águas
pluviais.
Naquela oportunidade foram apresentados
projetos, quais sejam: construção de nova ponte, canalização, escada de
dissipação para diminuição da força da água, construção de galerias pluviais
e modificação na lei municipal sobre novos loteamentos. No mês de maio foi
iniciada a construção da nova ponte sobre o Córrego Monjolo que, finalizada este
mês, com quase todo o recurso repassado pelo governo estadual, mostrou-se insuficiente para a solução do problema.
Cultura
do “buscar recursos”
Ao invés de abrir o cofre municipal e
ir resolvendo o que é possível, criou-se em Pederneiras a cultura do “buscar
recursos” nas esferas federal e estadual. “Estamos em busca de R$ 500 mil para
canalizar trechos do Monjolo e mais R$ 130 mil para construir escadas de dissipação;
a prefeitura está aguardando outros R$ 600 mil para a construção de galerias
pluviais”, disse o prefeito no primeiro semestre deste ano. E ao que parece, ficou apenas
nisso. Se recursos externos não vêm, cruzamos os braços e deixamos a casa cair? O município tem administração, orçamento, pessoal, equipamento. O que falta mesmo é mão na massa.
Desabafo
de Jorge
O desabafo de Jorge Maciel direcionado ao prefeito Camargo na noite de
ontem, em rede social, reflete bem a preocupação dos que pensam numa cidade viável: “Fizemos uma reunião a respeito da captação das águas pluviais de nossa
cidade e dos problemas ligados a este assunto e ao crescimento desordenado,
onde Vossa Senhoria PROMETEU a realização de estudos e medidas para sanar o
problema! Onde estão os estudos e as soluções? A tese defendida pela
administração e seus admiradores, de que os alagamentos ocorridos em passado
próximo, foram obras de fatores estritamente da natureza, nada tendo a ver com
a má administração, caíram por terra. Obra da natureza ou falta de investimento
e planejamento?”.